segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Kimbra, Charming Pop.

Cantora emergente, de musica pop (mas não um pop "qualquer"). A meu ver um pop charmoso e classy, bem construído. 
Ainda que não tenha ouvido o seu novo álbum por inteiro, a tarefa desta semana será fazê-lo, provavelmente redigirei algo em breve sobre o assunto!

Fica a sugestão, Kimbra (álbum - Vows)

Victor Gomes

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Galapaghost


Deixou um nó (se não vários) na garganta, que belo instrumental e que voz tão peculiar!


Victor Gomes

domingo, 20 de novembro de 2011

Alex Clare, Magical Gumbo!

                                              Victor Gomes

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Marley's Offspring

Stephen Marley.
  É inevitável que existam pessoas que ao lerem este nome ficarão convencidos de que, visto que se trata do filho de uma "lenda" (entre aspas porque muitos se referem a Ele como sendo uma lenda, embora nem conheçam bem a sua Obra, mas mais porque fumava uns charros), é quase obrigatório ouvirem o que canta. "Tem a voz igual, a mesma rouquidão!" ouvi uns dizerem.  É, também, quase certo que muita gente ouça uma ou duas músicas de Stephen e se considere automaticamente fã, só porque é "bacano" gostarem do filho do Rei.

  A questão é que tem sido difícil para Stephen afirmar-se como sendo mais que um Marley, pois continua sendo considerado como que uma cópia do pai. Igual voz, arranjos musicais parecidos. Mas não. A meu ver, Stephen é muito diferente de Bob: é claro que é impossível negar que herdou as mesmas características vocais, e que, tendo crescido a ouvi-lo, tenha seguido o mesmo caminho que o pai. Ou seja, enveredou pelo Reggae.

  Mas Raggamuffin, como é apelidado, tem-se batido para se afirmar como sendo algo simultaneamente parecido mas também distinto do que o seu pai era. Quer ser reconhecido como um cantor que acrescentou algo mais à música, por isso tem participado em colaborações com nomes do Hip Hop norte-americano e jamaicano, como é o caso de Nas, Mos Def, Snoop Dogg, Buju Banton e o seu irmão Damian Marley. Porém, também mantém o registo Reggae, colaborando com nomes como Yami Bolo ou Sizzla.

  Stephen é um milagre musical, e não o digo por ser filho de quem é, mas sim pela sua versatilidade artística; é magnífico em Acústico, fenomenal em Reggae, ritmado em Hip Hop e sublime no que toca ao conteúdo das suas canções (da sua autoria). É mais que uma simples voz rouca, merece o crédito que tem (ainda que o considere um artista pouco valorizado) e creio que quem o critica com expressões como "é monótono" ou "não mais do mesmo" devia sinceramente escutar com mais atenção a sua obra. As palavras de canções como "Mind Control" são, ainda que simples, sábias e concretas, dotando a canção de uma identidade reveladora da sociedade em que vivemos; opressora e controladora. Nada de mais real, explicado curta e eficazmente. Tal como Bob, Stephen tem preocupações com o tipo de vida das pessoas do 3º Mundo, os regimes políticos, os problemas causados pela "Babilónia" (EUA) e deseja que todos encontrem o caminho para Zion (uma terra de paz, humildade, companheirismo e sem lugar para ódios ou ganância), porém é também capaz de criar músicas de tema não-intervencionista, mas conotados pelo amor, amizade ou sedução. Daí a sua versatilidade.

                                                                                                                                                                                             Lee

Pratos caseiros? aqui não, só há duas décadas atras!

  Leela James, cantora de musica R&B e Soul, lançou o seu primeiro album em 2005, com o nome A Change is Gona Come  (título este que me leva a crer que se referia claramente ao estado contemporâneo em que a musica se encontrava, e ainda se encontra) no qual consta uma musica interessantíssima, cujo título é "Music".

  Dedicarei este primeiro post do blog Nihil Fretum a esta Musica, e a exposição da minha opinião sobre a mesma, e os assuntos nela referidos!

  Leela James é para mim, uma cantora querida, dado que me lembro de, na dita altura em que de tudo ouvimos sem nos preocupar com a qualidade, eu ouvia esta excelente cantora, e apreciava bastante a sonoridade da sua Arte.
  "Music" foi precisamente a primeira musica de Leela James que ouvi, e por isso sempre teve um lugar muito especial no meu "top 5 Leela James best songs", e mesmo na musica Soul/R&B em geral, esta musica e cantora sempre foram um ponto de referencia muito especial.

  Como o título indica, esta musica trata o tema mais peculiar de todos os temas que podem ser tratados através desta arte...ela mesma!

  Um assunto bastante peculiar referido por Leela James nesta obra, é o facto de a musica hoje se apoiar bastante no vídeo e na imagem para atingir algum sucesso, em vez de ser feita para que a sua sonoridade seja agradável e de qualidade, compatível também com a realidade (e com isto quero dizer com a versão live).

  Musica " é uma forma de arte que se constitui basicamente em combinar sons e silêncio seguindo uma pré-organização ao longo do tempo". ou deveria de o ser.

"Where'd the soul go? 
It's all about the video"

  Infelizmente é um facto, a musica de hoje, como costumo referir, está a ser feita para olhos, não para ouvidos, e daí surgem as constantes discussões que presenciamos em redes sociais, sobre o facto de musica x ou y, ser ou não boa. De facto, o que presenciamos é não mais do que, mais uma vez saliento na minha opinião, uma discussão entre quem aprecia Musica, e quem aprecia Imagem.
  Estas duas artes ja foram outrora, conjugadas de forma correcta, cada uma tendo a sua importância, e nenhuma delas roubando qualquer mérito a outra, tendo as duas espaço para coexistirem sem se corromperem. No entanto hoje escassa é a vez que tenho o prazer de presenciar esses casos, pois quando vejo uma boa imagem, nada mais que imagem o é, e quando ouço boa musica, é musica que longe não vai, pois a imagem é algo tão ténue que se da como ausente, e os "ouvintes"
, sem qualquer tipo de direito, começaram a transformar duas artes coexistentes numa só, não permitindo a verdadeira musica chegar aos "tops", dando assim prioridade a tudo quanto é visual.

  Outro dos temas tratados nesta musica (Music by Leela James), é o facto de haver ausência de "Soul" (não me atrevo a traduzir esta palavra pois não há uma tradução 100% correcta na nossa língua, dizer "Alma" seria um crime, e um erro tremendo). "Antigamente", a musica tratava da realidade, dos problemas, isto para que os ouvintes se pudessem identificar de forma real e não fantasiosa, com os temas tratados nas musicas, pois quem as cantava não era mais que um ser humano, com exactamente os mesmos problemas, dotado de algo especial (a voz), mas não mais que isso era, e havia a preocupação de transmitir isso ao ouvinte, algo que hoje não existe.
  Os temas tratados hoje (por parte dos artistas), são repetitivos, na minha opinião sem qualquer sentido, nem qualquer ponto possível de relação por parte do ouvinte com a letra em questão, levando isto a ilusão de que o cantor é quase como um Deus ou Religião, na qual podemos confiar de forma cega. De verdade, são os mesmos bichinhos da terra, frágeis e indefesos como nós ouvintes, aquilo que eles têm para além de nós, é provavelmente algum dinheiro, e uns quantos guarda costas e paparazzis atrás.
  Com isto quero dizer, que quando consumo musica de hoje, eu sinto que essa musica, me sabe a plástico, e não é real.

  É desta forma que interpreto "Music".
  Metáfora: A musica deixou de ser o bife com batatas fritas caseiro, para passar a ser o hambúrguer com batatas fritas do McDonalds...

Victor Gomes